9/24/07


Numa terra bem distante estava um velho e o seu netinho sentados soleira de sua casa, aquando um viajante passa e pergunta-lhes:
- Bom dia! Ao fundo, naquela aldeia, irei encontrar boa gente?
- Sim, encontrará boa gente naquela aldeia!- respondeu o velho.
Passado algum tempo passou outro viajante que lhes perguntou:
- Bons dias! Naquela aldeia, lá ao fundo, irei encontrar gente má?
Ao que o velho respondeu:
- Sim! Naquela aldeia encontrará gente má!
O viajante segui o seu rumo. O neto, confuso, questionou o avô:
- Avô, porque é que disse que sim aos dois viajantes que perguntaram coisas tão diferentes.
- É muito simples meu netinho, – respondeu o avo rasgando um sorriso de paz - cada um encontrará aquilo que procura!

9/19/07

Um doido... Uma família...


Certo doido internado
num hospital da cidade
contou-me qual foi a causa
da sua anormalidade.

Sua História verdadeira
consternado me deixou
eis aqui exactamente
o que o louco me contou:

- Eu um dia me casei
por azar da minha vida
com uma viuva que tinha
uma filha já crescida
Meu pai que era viuvo
de minha enteada gostou
e ficou meu enteado
quando com ela casou.
Então minha enteada
é minha madrasta, agora
minha mulher, ao meu pai
é sogra e também nora
minha mulher e a filha
para cúmulo do sarilho
após tempo passado
com uma viuva que tinha
uma filha já crescida

Meu pai que era viuvo
de minha enteada gostou
e ficou meu enteado
quando com ela casou.

Então minha enteada
é minha madrasta, agora
minha mulher, ao meu pai
é sogra e também nora

minha mulher e a filha
para cúmulo do sarilho
após tempo passado
cada uma teve um filho
Minha enteada e madrasta
o seu filho, com razão
como é filho de meu pai
é meu neto e meu irmão
O filho da minha esposa
é neste caso também,
irmão da minha madrasta
e seu neto, veja bém
Minha mulher, do filho é tia
de minha madrasta sou cunhado
meu pai é tio do neto
porque é meu enteado

O meu filho é cunhado do meu pai.
que confusão...
e o filho do meu pai
é meu neto e meu irmão

depois de tanto pensar
de como a coisa ficou
eu cheguei á conclusão
que até de mim sou avô

não pude mais suportar
este caso complicado
vim parar ao hospital
completamente chalado
e o louco terminou
a sua história, e contudo
nunca deixei de pensar
no seu caso tão bicudo

depois de ouvir a história
eu cheguei a conclusão
que por coisas mais pequenas
muitos perdem a razão

9/11/07

Ensinando a (sobre)viver...

Certa vez, o Mestre e o seu Aprendiz partiram em viagem de conhecimentos. Caminharam, caminharam, caminharam... Até que, no meio de um bosque, numa chopana, encontraram um pequeno casebre. Esse casebre era muito pobre, o caminho era sem flores nem plantas, a terra muito seca, a casa feita de madeira mas já podre e cheia de frestas. Mesmo assim, o cansaço chamou bem alto e eles decidiram pedir abrigo para passar a noite.
Bateram na frágil porta e um senhor abriu-lhes a porta. Convidou-os logo a entrar. Naquela pequena e pobre casa vivia uma família muito humilde, um casal e os seus dois filhos. Partilharam com eles o seu caldo escasso em legumes e o seu pedaço de pão. Mas, contudo, eram felizes.
O Aprendiz intrigado com aquela situação perguntou:
- Peço desculpa, mas quando aqui chegámos demos-nos conta de que a vossa terra era seca e não era cultivada, como é que vocês sobrevivem?
A pobre mulher respondeu sorridente:
- Ah, sabe, nós temos, ali, atrás da casa, no curral, uma vaquinha. Dela retiramos o leite. Com ele fazemos o queijo que vamos depois, na vila, trocar por outros produtos.
O Mestre e o Aprendiz sorriram e foram dormir. Apesar de não terem uma cama para lhes oferecer, pois dormiam no chão, ofereceram-lhes o seu melhor cobertor (um pouco rasgado pelo uso, assim como as roupas de todos). De manhã, agradeceram e despediram-se da família. A mulher, antes de partirem, ainda lhes deu um pedaço de pão para a caminhada. Sorriram e partiram.
Depois de caminharem algum tempo em silêncio, o Mestre disse ao Aprendiz:
- Esta noite, voltas outra vez ao casebre e matas a vaquinha!
- Mas Mestre, não posso, aquele é o único sustento daquela família!Sem ela eles morrerão!
O Mestre fitou com aquele olhar de quem confia na sua sabedoria!
Nessa noite o Aprendiz fez o que o Mestre lhe propÔs. Chegou ao casebre, conduziu a vaquinha até ao precipício e, depois de muito hesitar, atirou-a precipíco abaixo.
Passados alguns anos, o jovem Aprendiz que fora outrora, numa das suas viagens decidiu visitar aquela família, nunca a esquecera. Quando chegou à chopana, encontrou um grande jardim florido e uma enorme casa de tijolo, toda branquinha, cheia de flores nas janelas... Pensou logo que aquela humilde família teria vendido o seu terreno para seu sustento. Mas, apesar disso decidiu bater à porta. Uma linda criança, bem vestida, calçada e com um brinquedo na mão abriu-lhe a porta. Este perguntou.lh:
- Olha, podes-me chamar os teus pais?
Ao dizer isto surge, na sua frente, um casal igualmente bem vestido que quando o viu reconheceu-o logo e este a eles. Afinal era a família de outrora! Convidaram-no logo a entrar e a conhecer a sua enorme e luxuosa casa. Quase a rebentar de curiosidade o Aprendiz perguntou:
- Mas como é que tudo isto aconteceu?
- Sabe – respondeu o homem – na noite seguinte a vocês terem partido alguém matou a nossa vaquinha, o nosso sustento. Como não podiamos ficar de braços cruzados e vermos nossa família a ser destruída pela fome, arregassámos as mangas e aprendemos, por nós próprios, a cultivar a nossa terra e a retirar dela o nosso sustento.
O Aprendiz sentiu o seu coração masi aliviado e feliz, por ter seguido o conselho do seu Mestre.

Por isso, já sabes o que fazer: descobre a tua vauinha e ... deita pelo precipício abaixo!

(Nunca pesques para alguém, antes ensina-lhe a pescar!)

9/10/07

Acreditando agindo

Depois de longos dias de viagem, um viajante chegou a um grande lago. O seu desejo era atravessá-lo, mas, para o fazer, precisava de uma barca. Olhou o céu e desejou-o fortemente.
De repente a barca apareceu com o seu barqueiro. Este convidou o viajante a entrar. O viajante entrou e reparou que nos remos havia algo escrito. Num dizia: ACREDITAR. No outro: AGIR. O viajante curioso perguntou:
- Caro barqueiro, porque é que os remos têm isso escrito?
O barqueiro sem uma palavra dizer começou a remar apenas com o remo que dizia ACREDITAR. E, como era natural, o barco apenas andou em círculos. De seguida, remou apenas com aquele que diz AGIR, o aconteceu o mesmo. Então o barqueiro remou com os dois ao mesmo tempo, e chegaram ao outro lado do lago.
E aí o barqueiro disse:
- Quando se quer alcançar um desejo não basta apenas ACREDITAR mas é necessário, ao mesmo tempo, AGIR!